domingo, 30 de dezembro de 2012


Um pouco sobre o encontro com de Roberto Freitas, Sheila Ribeiro e Cena 11 em Formação Compartilhada em Artes Presenciais de 03 de dezembro à 07 de dezembro 2012.

o que tem a ver pastel de camarão com arte presencial?
pra mim, muito! mergulhos, sabores, flutuações, situações...
'lembro do garçom ítalo-brasileiro que nos serviu os pastéis na barraca do "   " e seu i phone, em plena beira da Praia do Forte
com as fotos de seus filhos e das estradas na Itália onde trabalha como caminhoneiro no verão de lá.
Entre uma mordida e outra de pastel, entre um gole ou outro de cerveja ou caipira de uva, entre crises de teletubbies, entre pés na areia, debaixo da 
mesa de plástico.

No evento, das cinco tardes, eramos em torno de 29 corpos, e haviam pessoas de vários lugares, vindas mesmo de longe.
O Grupo Cena 11, atualmente, tem apresentado o espetáculo 'Carta de amor ao Inimigo'.

O espaço do Jurerê Sports Center  com seu tapete vermelho, 'linólio do Violência', era a superficie inicial, o ringue por onde decolavam nossas idiossincrasias, espasmos, perguntas, errâncias e outras tentativas.
É muito legal ser recebido com tapete vermelho, dalí só dá dança! :)

Linha........................................................................................................................................................................................de PÓ
Inicalmente Alejandro, um verdadeiro MC, baita coreógrafo, deixa bem claro que seu olho perceptivo estava voltado para a Sintaxe, ou seja, aquelas coisas que acontecem, embora raras, nos corpos, no 'entre'  corpos, e aconselha, lembrando Garay, DESVIE, enquanto isso, Sheila, desencarnando Iemanjá, Bom Bom, Princesa  ia entrando em diagonais e espirais aleatórias, apresentando suas idéias, por entre véus e ondulações. Em gerúNDIO.
Esses dois formaram ao meu ver, maravilhosamente, a dupla: 'mata enforca'. Sim, pois são exímios enxotadores da hipocrisia e das incoerências absurdas, o que na verdade é o carro chefe das suas considerações e críticas.
Alejandro: como um guru capeta, em cada aparição chega e DIZ a que veio. enfim seu papel é esse,
despeja sua sabedoria como um mantra da periferia .
diria: as vezes me interessa mais um simples 'cocozinho' no canto, que 'acontece', do que mil palavras ao vento
já Sheila: Transpassa, Transdiz, Translouca, Transplexa

e assim fomos,
em sistemas e sistemas
micros e macros
campo poroso, corpo nú
extensão e expansão    -    levando, rasGANDO e crescendo, exploDINDO

ficção-fato-fetiche

lembro de um exercício com música que participei, quando alguém colocou 'the dark side of the moon',  que horror senti na hora, hahahaha,
literalmente perdi o chão na melodia sobre o tapete, mas me atirei decidido no abismo. do chão a gente não passa? mas em algum lugar ancora, então rasteja, lambe o chão, foge, se esconde, planeja, e então, se arrisca, ultrapassa...

segunda tarde, e primeira constatação: a coisa é <difícer>. criar Sintaxe, não é algo assim <fácer>. necessita da <carma>,  via 'sangue do poeta'.
ela ocorre surprendente, despretensiosa, em meio aos sistemas, mas nem sempre é capturada pelos executores, nem alimentada por estes, como que invisível,  fica inatingível. e isso diferencia uma dança, é preciso estar dentro e fora, o tal olhar eróptico Canevacciano.

Então chegou o Roberto, que vinha direto e magistralmente do México, antes do fim do mundo.
circunspecto, para não dizer, a tensão em pessoa, dança, com o seu software de 'algoritmo' debaixo do braço, nos apresentando palavras em rede, projetadas na parede, formando redes, que nos configuraram um nó glocal na medula nervosa.
eu sou o que, nisso tudo? internautas enredados, se debatendo, perdidos buscando um fluxo EXIT, o mais remoto sentido na palavra dada. Onde esta ela? 
Mas nisso, eis que chegava Ela, em aparições, a Santa Sheila, percebendo a deriva e o delírio de seu 'povo', como sempre, suas entradas e saídas, vinda de dentro, de fora, para pensar junto e para o Alívio adisciplinado da freguesia. 

Mas a coisa ficou mais linda, mais cavernosa, e mais doida, e complexa, quando se projetaram imagens ao invés de palavras. Nem Platão imaginou o século XXI, nem criou uma conta no Facebook.
O perigo de assimilação é fatal. como desviar de uma imagem? como desenhar uma linha de pó entre eu e Ela?

A penúltima tarde foi de 'filmagens'  de 3 min, onde cada grupo elaborou e filmou para uma final edição. 1 min Go Pro, 1 min i Phone, 1 min filmadora
daí surgiram as 'aberrações' dos grupos, hahahahahaha
- tango - coração - rádio vanusa
- 9 min para o sucesso
- le corps chose
- a imagem e a frescura do close

Na última tarde, sob a direção de Alejandro, partimos para uma das últimas experiências, a qual denomino: a força do Espaço que faz Mover
a ideía é não mover, mas deixar-se mover, só experienciando para saber, hihihihihihi
uma verdadeira TRANSFORMANCE


fora isso, intervalos: bananas, café forte, xixis, pakuá, compartilhamentos, siricuticos, amigo secreto no escuro, 
vapores, rosas e pinacoladas 

palavras de um transformer,

Gil Mar Azeredo

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